sexta-feira, janeiro 16, 2009

E hoje...

...vai tudo á frente.
Pois é, tenho como um dos meus grandes defeitos ser uma pessoa de extremos e ter de ter opiniões algo radicais sobre alguns assuntos, e por vezes abstenho-me de posts mais "acesos".
Mas o tasco é meu, ( e hoje apeteceu-me isto, pronto!) quem gosta de me ler vai continuar a gostar, quem gostava pouco a modos que deve existir por aí muito tasquito muito menos laemechas e muito mais cor de rosa do que o meu, portanto está á vontade para se mudar de "poiso".
Portanto cá vai:
Existem assuntos traduzidos em posts pela blogosfera que me fazem "fernicoques" (acho que acabei de inventar um grande palavrão), e um deles é o "viver sozinho".
Ora bem, dizem certas pessoas que viver sozinho é "que está a dar"; digo eu que não em absoluto.
Vamos por partes: "passa-se" a viver sozinho a partir de 2 situações: ou porque se saiu da casa dos pais ou porque se acabou um relacionamento; eu faço parte da segunda situação.
Para aqueles que fazem parte do primeiro grupo, a coisa é muito gira: os pais não chateiam mais, o quatro é só nosso (para quem tem irmãos), entra-se e e sai-se de casa á hora que se quer, tem-se a tão deseja "independencia".
Agora meus amigos, para quem já viveu em comum a coisa é muito diferente.
Vejo o pessoal a dizer "ah e tal, é tão bom viver sozinho: o comando é só meu, a Tv é só minha, entro e saio á hora que quero, levanto-me á hora que quero, janto qd me apetecer" e mais, dizem que será por isso por terem medo de perder essa "independencia" que será dificil encontrarem alguém com quem passarem a viver para o resto da vida (namorado, marido).
E penso eu "Meu Deus, esta malta para além de ser 100% egoista, tem pouco menos do que a minha idade, mas parecem ter menos 15 ou anos do que."
Sim, porque não interessa se temos a mesma idade ou não do que nós o que interessa é a experiência de vida que já temos, os "pontapés que já tivemos", as vezes que já caimos.
Só se dá valor a qualquer tipo de situação menos boa, quando já se passou por ela, porque quase contrário as pessoas são na sua grande maioria completamente insensiveis.
Mas voltando ao assunto...
Eu digo-vos as "vantagens" de se viver sozinho:
- Viver sózinho é se viver num prédio já "idoso" onde para juntar á sua idade, as pessoas que nele habitam tem todas mais de 60 anos (logo, não tenho a quem pedir ajuda qd necessito)
(e não, não tenho dinheiro para vender esta casa e mudar-me para outra)
- Viver sozinho é ter tido a felicidade ou infelicidade (porque já ás vezes já nem sei o que pensar) de o nosso pai ter comprado um andar no mesmo predio onde ele e a mamy viviam, quando era eu era adolescente, para mim, mas entretanto ele falecer (qd eu tinha 17 anos) e eu ficar com a minha mãe (que eu adoro) 3 andares acima de mim, mas que é super dependente em termos emocionais porque já tem 75 anos e só tem uma unica filha, e que todos os dias me vem fazer uma visita (normalmente é ao serão), sempre todos os dias, durante todo o ano ( e na grande maioria das vezes, eu não tenho paciência nem para ma "aturar" a mim..).
- Viver sozinho é ter um frasco em cima da mesa cheio de doce, apetitoso, apetitoso, querer tanto um bocadinho daquela maravilha em cima do pão , mas não conseguir abrir de maneira nenhuma a poracia do frasco e ter que o levar para o emprego porque não se vai pedir isso a ninguém do predio que já é tão velhote.
- Viver sozinho é ter um problema de tonturas, crónico, que "aparece" qundo se anda mto cansado e com muitos nervos por causa de uma vida que por vezes deixa de fazer muito sentido, acordar assim, não se conseguir por em pé e passar o dia inteiro sentada no sofá, cheia de fome, porque não quero incomodar a minha mamy que vive lá em cima, mas que por acaso tem a doença que reina no seu lado da familia e que tem o nome de linfoma (acho que ela já tem muito com que se preocupar, apesar de de felizmente viver "bem" com ela).
- Viver sozinho é chegar a casa, dia após dia, ano após ano e ninguém lá estar para nos receber , para nos dar um abraço, para nos aquecer a casa em dias de "frio polar".
E bem, poderia estar aqui todo o final de semana de dizer exemplos de como é "bom viver sozinho".
- O comando é só meu?? É sim, senhora! E com quem rio com uma comédia, com quem partilho a opinião se o filme é bom é ou não?
- Saio e entro á hora que quero?? Claro..e saio muitas vezes com que destino, com quem??
- Faço jantar ou não se me apetecer?? Claro..e quem aprecia ou diz mal da refeição que fiz?? Diz após dia, um unico prato em cima da mesa, como é bom!
- O quadro caiu da parede, o carro tem um probelma?? Ah, não há probelma, chama-se o paizinho, o irmão! E quando não há paizinho, nem irmão, nem irmã, nem avô, avó e os tios e primos moram a 100 kms de distância???
Moral da história: este post está uma desgraça de lamechas, pois está, mas é apenas um desabafo e com isto queria mostrar que existem pessoas que não tem a minima noção da realidade, vivem num mundo de faz de conta onde o que interessa é a individualidade e o egoismo.
Diz aqui uma vizinha de blogs, que a felicidade só faz sentido se for partilhada e essa é a realidade. Não temos necesariamente que dividir uma casa com um homem, (se bem que temos dele algumas coisinhas que não temos de mais ninguém ;-) ), mas temos se queremos ser felizes temos que dividir uma casa, uma vida com alguém, seja uma amiga, seja uma irmã, sejam quem for, nem que seja uma animal doméstico (e perante o que sinto cada vez a possibilidade de vir a ter um torna-se cada vez mais provavel) .
Não me venham falar em individualismo, porque ser sózinho, viver sozinho pode ser muito giro, dar uma ideia de nós muito modernaça, muito apelativa para com os outros, mas é uma seca, uma tristeza. Falem-me em partilha, em amizade, em amor, em menos egoismo.
E façam o favor de serem felizes e já agora de terem um bom final de semana :-).


9 comentários:

LurdesMartins disse...

Minha menina, deixe-me que lhe diga que tem toda a razão! Há por aí muito blogue bem mais cor-de-rosa que este. O meu, por exemplo! Rosinha, rosinha. Como eu gosto! Já o seu... de rosinha não tem nadinha (há excepção de algumas letrinhas de vez em quando)!

Sou terrível, não sou?!
Agora a sério,

já falamos algumas vezes disto e eu percebo-te, a sério que percebo. E eu, que já tive várias experiências nessa coisa de morar sózinha ou acompanhada, continuo-te a dizer que estou mortinha por voltar a ter o meu espaço.
As tristezas e sobretudo as alegrias, devem ser partilhadas, sim senhor, mas não é por se morar sózinho que não se pode fazer essa partilha.
É bom viver-se sózinho. Embora às vezes possa também ser uma merdinha.

Beijinhos e bom fim-de-semana

Lita disse...

Todas as situações têm o seu quê de bom e de mau. E olhamos muitas vezes para o mau da nossa situação. Entendo-te.

Vivi sozinha alguns anos e se dessa fase tenho das melhores recordações da minha vida, também me recordo do sabor que era ter quem nos mimasse...

Há dias em que tudo parece bom. E dias em que nada nos chega. E está certo...

Um grande beijinho.

LurdesMartins disse...

Há muitos que pensam como tu! Até os poetas!
Diz Vinicius de Morais que: "quem viveu junto, não pode nunca mais viver só".
(mas será que ele falava das recordações?!?!?)

Sou mesmo terrível...

Beijinhos grandes

Precious disse...

Nunca vivi sozinha, mas acho que não gostarei quando isso acontecer.
Como tudo, tem vantagens e desvantagens e depende muito da maneira de sr de cada um.

Joanissima disse...

Entendo as tuas amarguras.
Deve, de facto, ser muito complicado ter essas limitações e ssas lacunas.
Mas, sabes, é possível ser diferente... Já pensaste em adoptar um animal? Alguém que te salte para o colo quando chegas a casa?

Queres pensar nisso? :)
beijos!!!

Rosa disse...

Viver sozinha é, certamente, uma experiência diferente para cada pessoa. Para uns má, para outros óptima. Gostar de viver sozinho não faz de ninguém egoísta nem criança. Não gostar de viver sozinho não faz de ninguém dependente ou lamechas. Cada um é como cada qual e o ideal é que cada pessoa conseguisse viver (sozinha ou acompanhada) da forma que preferisse. Nem sempre acontece, e isso é chato. Mas tão chato é viver sozinho quando o que se queria mesmo era ter alguém ao lado para partilhar a vida, como viver acompanhado quando a única coisa que se queria era espaço para estar consigo próprio.

Safira disse...

Bom, já falamos sobre isto. Claro que para cada pessoa será diferente, mas o facto de se lamentar uma coisa que é, e é efectivamente, em vez de se tentar tirar o melhor partido dela, pode impedir-nos de andar para a frente. O que n tem remédio, remediado está. E mesmo que se ache que é uma merda (e eu também acho, volta e meia) é o que temos. Não tens ninguém que te elogie a refeição? Elogia.a tu. Não podes rir com um significant other? Tens de rir sozinha. O que é certo é que, por mais que sejamos programados para viver em sociedade, somos um indivíduo. E, como tal, não podemos ficar à mercê de outros factores que não a nossa individualidade para funcionar e, atrevo-me a dizer, apreciar, a vida a solo. É isso ou fingir que se vive, enquanto se espera que algo ou alguém nos salve. Não vivemos em pleno, como gostaríamos? é certo que não. A questão é: o que vamos fazer quanto a isso?
Beijinhos
PS: foi um bom desabafo, agora resta pensar sobre ele e começar a ver as coisas de forma menos sombria. Aos poucos... acredito que é possível,moça.

Ana C. disse...

Vou ser muito sincera. Acho que há gente para tudo. Mas a maioria das pessoas que divaga muito sobre as vantagens de viver sozinha, é porque precisa de justificar para si mesma que é realmente uma coisa positiva. Como se precisasse de repetir muitas vezes a mesma frase até se convencer que é mesmo verdade.
Quando se sai de um relacionamento traumático, por vezes é saudável passar uma temporada sozinha, fazer o luto. Mas mais cedo, ou mais tarde, o luto passa e a vontade de partilhar a vida, construir um lar com alguém, regressa em grande.

Carracinha Linda! disse...

Este post saíu mesmo de dentro de ti...

Entendo perfeitamente o que escreves. É verdade que ás vezes mais vale só que mal acompanhado, mas regra geral nada faz sentido sem uma companhia, sem ter alguém com quem partilhar alegrias e tristezas.

Beijoca grande!