Força da Natureza.

Hoje fazes anos.
Sei que nunca visitaste este blog e provavelmente virás cá apenas porque te o vou pedir, nem irás deixar comentário. Mas isso não interessa, interessa apenas que quero que isto que vou escrever fique registado no dia em que fazes anos porque gostaria que te lembrasses disto hoje e sempre, ou pelo menos nos teus futuros dias de anos. Quanto a mim apenas quero que fique aqui porque este também é um Auxiliar de Memória (parafraseando um blog amigo) e olha coincidência hoje até fazes anos. J
Não nos conhecemos bem nem sei se algum dia viremos a ser amigas (embora eu gostasse muito de isso um dia viesse a acontecer, pela razão que irei expor a seguir).
Há quem diga que as pessoas não cruzam o nosso caminho por acaso, e eu nunca acreditei nisso mas agora começo a acreditar. Sempre te admirei desde que te conheci, bonita, inteligente e acima de tudo sociável com uma grande capacidade de criar empatia e simpatia de uma forma muito rápida. Aqui vem ao cima a ideia que os opostos se atraem porque bonita e sociável nunca fui. ;-)
Bem mas estou ao fugir ao assunto como costumo fazer sempre que escrevo, e isso não pode ser.
“Entraste” novamente na minha vida e nem deste conta do efeito que tiveste, afinal eu não sou de todo uma pessoa optimista como tu, sempre de bem com a vida. Eu arrasto-me desde há uns tempos (ou direi anos??), para cá com a minha vida pessoal e profissional em decadência , gradual mas que irá ser absoluta num curto espaço de tempo. Arrasto os meus dias num processo de autocomiseração, peninha de mim, num processo em que me continuo a pensar nos outros em vez de me tornar uma egoísta do caraças e pensar só em mim lutar por uma vida melhor, pelo meu bem estar, e nunca nem por um segundo esquecer que vida só temos uma e que a temos que a aproveitar como tu bem sabes fazer.
E portanto assim do nada apareces tu, quase a fazer 30 anos, sem cabelo e com um lenço muito chique para cada dia e ocasião. E apareces tu a “a brincar” com tão grave doença, me dizes “vais me encontrar com um novo aspecto lol”, a me dizeres que nunca ficaste nenhum dia em casa, que nunca deixaste de ir ao ginásio (ok, um dia não tiveste s seguir não tiveste muita força e aí “chateaste-te com a vida”,) mas voltaste lá no dia a seguir, que nunca deixaste as tuas aulas de Dança, que foste de férias já duas vezes e que continuas a ir a jantares, almoços e a tudo o que “meta” convívio”. Notei alguma lagrima no olho quando me disseste que havia pessoas que ainda se chocavam qd te viam , pessoas que nem sabiam que estavas assim, assim como eu não sabia. Mas foi só por um segundo, e continuaste a rir, a sorrir com uma força como eu nunca vi em ninguém. Será algo de fictício e forçado?? Não me parece de todo, e se o é “não passas isso para aos outros”. Terás sentido franqueza e sentimentos muito maus com toda a certeza, mas contigo sei que não duraram mais do que uns minutos.
E ali, de repente fez-se luz na minha cabeça e eu relativizei tudo, mesmo tudo. Senti-me mais próxima de ti do que nunca, embora nada disto tenha comparações. Senti e não to disse que estaria ali para tudo se algo fosse necessário, se por algum momento aqueles (tantos) que te são mais próximos não “estar”, que poderias contar comigo na tua festa de anos mas que poderias acima de tudo contar comigo para sempre.
Afinal quem era eu, pessoinha com mais 9 anos do que tu, mas fraca imensamente parva a continuar a dar valor aquilo que não tem nenhum, comparado com isso?? Mas afinal que merda ando eu a fazer com a minha vida?? Porque continuo a perder tempo com gentinha da treta? E tu ali, a dizer “no stress”, a rir, a sorrir, e dar-me a maior lição de vida que se pode dar a alguém, como que a dizer “vive a vida sempre, com força com garra, independentemente de tudo que possa vir a acontecer, olha para mim e pensa, pensa mas sobretudo age, toma um novo rumo, luta por aquilo que queres, dá-te valor, mima-te” etc., etc.
Vou gostar de estar contigo na paródia na festa mas gostava ainda mais que te continuasses a dar comigo porque seria um privilégio para mim poder contar um dia com a tua amizade e poder retribuir de alguma forma o que me fizeste de forma inconsciente, afinal foste só por momentos a luz do Farol que eu tanto precisava ver, a tão famosa luz ao fundo do Túnel.
Fica uma musiquinha de um dos nossos grupos preferidos e ao som da qual gostamos de abanar o esqueleto ao seu som ( e Cuba, sempre as viagens, claro ehehe), e o desejo que nunca mudes que nunca nada na vida te retire essa força de viver que tens, essa garra, e que eu possa aprender contigo a ser assim se nos continuarmos a relacionar.
E desculpa a “cena” lamechas desta missiva mas nunca se consegue falar de sentimentos sem se ser lamechas, não é?
E espero que não chores ao ler esta treta toda porque definitivamente hoje é um dia para celebrar a vida, a tua vida ;-)!