- Há livros cuja leitura nos faz bem.
- Há livros cuja leitura nos deixa indiferentes.
- Há livros cuja leitura nos deixa nos deixa mal, a pensar...
Imaginemos alguém que gosta imenso de viajar, alguém para quem as viagens são algo de muito importante na sua vida. Para esse alguém, o acto de viajar, não se limita a ir daqui ali em qualquer altura do ano e ver as vistas ou estar deitado ao sol a "torrar": é algo de extremamente necesessário na sua vida, como se isso fosse talvez a única coisa que revigora a sua vidinha pacata e monotona.
Obviamente que esse alguém não é rico; até tem algum dinheiro para sair de vez em quando, mas não pode se dar ao luxo de concretizar todos os seus sonhos.
Portanto, nos entretantos esse alguém aproveita para ler livros e revistas de viagens, até porque adora Geografia e o conhecimento nunca é demais.
As revistas contribuem para alegrar o seu dia-a-dia; afinal trata-se apenas de uma descrição de locais, cores, cheiros, pessoas, paraisos desejados, logo faz bem a sua leitura.
Mas outros não...
O livro do menino Goncalo Cadilhe, por exemplo "A Lua Pode Esperar", um menino muito jeitoso, que paga as suas odisseias pelo mundo através da escrita que vende por aí, é um desses livros. E porquê??? Os lugares serão os mesmos; mas a maneira de ele viajar, sozinho, sem medos, aventurando-se por locais que até chegam a ser perigosos, confronta esse alguém com a sua maneira de ser.
Esse alguém dá-se conta que gostava de ser assim; gostava de não ter medo, gostava se ser aventureiro, e poder ter coragem para fazer o mesmo, até porque não tem outra alternativa, dado que sofre de um pequeno probelma que é a inexistência de companhia para viajar.
Esse alguém ao ler o livro fica com raiva, raiva de perder aquilo de que tanto gosta, por medo; medo disto, medo daquilo. Acaba por ver passar a vida por ele, porque coragem lhe falta...
Às vezes a vida é mesmo um paradoxo; tem-se aquilo que os outros não tem (neste caso dinheiro) mas falta-nos sempre algo (neste caso, a coragem de arriscar), acabando no fim das contas por nunca chegarmos a fazer o que realmente tanto gostariamos de fazer...
São aspectos da personalidade a "estragar" tudo no final, aspectos que somos incapazes de modificar...
2 comentários:
Não será o ser humano o grande Paradoxo?
Bem regressada :)
Quanto ao resto, o medo faz grandes estragos na nossa vida, e num caso como esse, não é de todo a solução... mas tu já sabias disto, certo? :)
Bjs!
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