segunda-feira, maio 25, 2009

Perdas versus ganhos.

Hoje logo assim que me levantei "pressenti" que este dia que estava a "começar" para mim, não viria a ser um bom dia. Há dias assim que que sem sabermos muito bem porquê nos levantamos com menos disposição para tudo, dias que estamos "em baixo" sem existir uma razão concreta (ou até existem várias se calhar...). E nestes dias costumo sempre vir a ter surpresas menos boas e hoje não fugiu á regra (destas vez relacionado com o trabalho).
Há muito tempo que a instituição onde trabalho e que pertence á Função Pública anda em "bolandas". Primeiro foi "extinta", depois deslocaram fisicamente metade do pessoal para Alfragide, local onde existe um outro edificio que pertence á Instituição.
Mas o meu nicho (somos só 5 pessoas) continuava por aqui, sossegaditos e com mesma vidita embora corressem rumores que iramos sair fisicamente daqui e que que os 5 iriam ser "desmembrados".
Só zunzuns que foram alimentando os stresses do meu Chefe já de si uma pessoa "eléctrica" e sem paciência para tanta treta e que fizeram com que o meu colega preferido se saturasse de vez e desistisse de tudo (pediu a "mobilidade" ou seja pediu para se ir embora daqui embora continue a ganhar de inicío na sua totalidade e depois pouco a pouco cada vez menos).
Toda esta instabilidade a mim tem me esgotado psicologicamente ainda para mais começando eu a ter a noção que o meu chefe era como os ratos, o primeiro a bandonar o barco se lhe "calcassem os calos" deixando os seus funcionários entregues aá sua sorte , ou destino ou azar..
E hoje foi o dia (dizia-se que até finais de Maio o quadro de pessoal iria ser conhecido) em que descobri que a partir de não sei quando, muita coisa vai mudar na minha vida.
Assim á partida, ganhos?? Outro ambiente de trabalho, novas pessoas e outro chefe, ambos factores muito positivos porque nenhum dos três é bom neste momento. E para além disso há uma razão muito forte a nivel de colegas (e quem me conhece pessoalemente sabe do que estou a falar) para a minha mudança ser muito muito importante.
Contras: Sendo adminstrativa sempre tive o previlégio de trabalhar sozinha (ou seja só recebia ordens do meu Chefe já que não tinha colegas com as mesmas funções do que eu), com um gabinete só para mim, telefone para todo o lado, PC, impressora, etc. Presumo que parte disso ou tudo eventualmente irei perder até porque sei que vou trabalhar com outra administrativa um pouco mais velha do que eu, com uma categoria acima da minha portanto muito provavelmente irá ser ela a "chefe" da parte administrativa.
Irei mudar de edificio mas continuarei fisicamente a trabalhar onde sempre trabalhei.
Resumindo: Sou uma pessoa completamente avessa a mudanças em todos os aspectos da vida principalmente quando são mudanças impostas como esta, em que não tive nenhum poder de escolha.
Mas confesso que a minha vida andava já há muito tempo a necessitar de uma grande mudança, portanto estou expectante e não posso dizer que estou feliz porque como disse não gosto de novos desafios, sou muito "pé no chão" e gosto muito de saber com o que conto diariamente em todos os aspectos das vida, e como vou perder "qualidade de vida" a nivel laboral (até porque me parece que vou trabalhar o triplo do que faço actualmente e com o mesmo ordenado , claro)... Mas quem sabe se no meio de toda esta confusão que tem sido a minha vida tanto a nivel pessoal como laboral nos ultimos anos, se no meio de tudo isto não surge finalmente a "Luz" ao fundo do túnel...
Veremos...(e vou tentar ficar á espera, com a maior das calmas possiveis...).

10 comentários:

Eu Mesma! disse...

O meu conselho é esperares para ver...
da mesma forma que não gostas de mudanças essa pessoa tb pode não gostar....

e talvez até sinta o mesmo que tu...

R disse...

Eumesma:
Tens de ter pensamento positivo. Não podes ir de pé atrás para esse "novo" emprego. Quem sabe se não será melhor? Tens de dar o benefício da dúvida. Sabes, quando vamos para uma coisa, seja para o que for, com uma sensação de que não é bom, de que não vai correr bem de que não vamos gostar, é meio caminho para que venha a ser assim. Por isso amiga, levanta a cabeça e enfrenta essa mudança com a confiança de que vai ser melhor. Oxalá encontres bom ambiente e que venhas a sentir-te bem.
Beijinhos

Anónimo disse...

Os pressupostos da condição de funcionário público, obtidos pela tomada de posse dos funcionários públicos foram eliminados ou reduzidos unilateralmente pelo Governo PS de forma muito gravosa para os FP, por isso SÓ NÃO SAI DA FUNÇÃO PÚBLICA QUEM NÃO PODE: ou quem não tem tempo de serviço e idade suficientes ou quem tem um salário ao nível da sua própria sobrevivência. Os salários da função pública sempre foram muito baixos (basta ver as tabelas dos seus vencimentos) comparativamente com o sector privado, mas, mesmo assim, muitos portugueses decidiram ingressar na função pública apenas porque tinham estabilidade do emprego, uma carreira que lhes permitia ir aumentando os salários ao longo da sua vida de trabalho, reformas com 36 anos de serviço e 60 de idade, um sub-sistema de saúde (ADSE), que, apesar de ser um pouco melhor do que o oferecido pelo SNS ao universo dos cidadãos que habitam em Portugal, é mesmo assim inferior a muitos outros, oferecidos por algumas boas Empresas.

Se o nível salarial é hoje melhor na função pública, isso deve-se ao facto da função pública estar envelhecida, portanto tem muita gente com várias dezenas de anos de trabalho, em fim de carreira, ou perto disso. Daí a poderem muitos até aproveitar das reformas antecipadas, mesmo com penalizações .

Seria pacífico que os novos funcionários públicos tivessem outras regras: aceitá-las-iam ou não conforme entendessem, porém alterar as regras para os funcionários antigos, que estão a meio do percurso e que já não podem optar por outro modo de vida é no mínimo pouco ético. Muitos funcionário públicos terão até escolhido a função pública tendo em vista não os salários mas as regalias que estavam associadas à condição de FP. Pelo menos deixem-nos sair e mesmo assim já estão a ser injustamente penalizados, porque descontaram durante toda a vida para os seus colegas, viram sair alguns até mais cedo, com bónus, e sem penalizações. Agora exigem-lhes que continuem a trabalhar e a descontar durante 40, 45 ou mais anos, até terem aos 65 anos de idade e mesmo que atinjam os 40 anos de serviço.

Zé da Burra o Alentejano

Ianita disse...

No nosso país há ainda cidadãos de primeira e de segunda, infelizmente. Custa abdicar de direitos adquiridos. Seria bom que fossem os outros funcionários a chegarem às regalias da Função Pública e não o contrário.

Mas... o meu pai descontou 44 anos e só se reformou aos 60 anos porque foi por invalidez. Se assim não fosse, teria que ter trabalhado até aos 65 anos, logo, até aos 49 anos de descontos.

Eu já fui funcionária pública e agora não sou. Não me mantive FP porque não pude e não porque não quis, porque a vida de FP era muito melhor.

Quanto mais não seja, eram as 35h semanais vs as 40h que estão no meu contrato, mas que se tornam pelo menos 60h semanais, sem mais um cêntimo.

Tempo também é dinheiro. E eu gostava do tempo em que, chegando aquela hora, podia simplesmente ir para casa.

Quanto à mudança, é ela quem nos faz avançar. Não queiras estagnar, não tenhas medo e avança.

Kisses

Anónimo disse...

Cara "ianita"
O Zé da Burra tem muita razão e parece-me que foi claro no seu comentário. Há a destacar que a possibilidade de reforma aos 60 anos depois de 36 anos de serviço era um dos pricipais motivos de muita gente procurar a "Função Pública", até porque, como diz o Zé da Burra, na iniciativa privada os salários eram muito melhores, pricipalmente nos grupos mais qualificados.

Bjs

Ianita disse...

Eu entendo que as pessoas fiquem chateadas por perderem regalias, eu também ficaria, mas...

Eu sei do que falo. Já fui funcionária pública. A minha mãe foi funcionária pública toda a vida até à reforma e o meu pai trabalhava no privado.

E a questão dos vencimentos... depende. Era o que eu dizia... tempo é dinheiro. O meu pai recebia mais que a minha mãe, mas se fossemos ver o valor à hora, a minha mãe recebia mais. Porque, quando se chegava a horinha, ala para casa! (e fazia muitíssimo bem!)

Eu ganhava mais na Função Pública, com horário melhor. Agora recebo menos e faço quase o dobro das horas. O ideal seria eu passar a estar igual aos funcionários públicos e não o contrário. Era óptimo não ter de provar o meu valor e ter ascensões de carreira automáticas. Eu tive um aumento de quase 50%, mas tive de, para isso, fazer semanas de 75 horas sem receber nada em troca e sem garantias que o meu esforço fosse reconhecido.

Eu já estive dos dois lados. E sei de que lado preferia estar. Independentemente da perda de algumas regalias.

Kisses

Anónimo disse...

Ianita
Já não se respeitam os direitos das pessoas: e se agora aparecer um qualquer governo e reduzir para metade as reformazinhas da sua mãezinha e paizinho? É que há pessoas que trabalharam uma vida inteira e não têm direito a reforma, porque não descontaram.

Rubi disse...

Como nao estas feliz com a situacao actual, se nunca houvesse uma mudanca nunca irias ter a possibilidade de experimentar algo diferente, e quem sabe melhor. Aceita a mudanca, deixa-a invadir-te. Talvez seja isso que precisas. Nao tenha medo, digo eu que mudo de carreira a cada 5 anos, e talvez va mudar de pais outra vez. Beijinhos

Anónimo disse...

discussões à parte, desejo-te o melhor. apesar de seres aversa à mudança, as vezes faz bem e surpreende-nos pela positiva!;)

Eu Mesma! disse...

Afinal já tinha lido este post....

mas sim...
por vezes as mudanças são positivas mas... desde que se respeitem algumas premissas....

quanto ao ultimo anonimo... pois... as pessoas que nunca descontaram penso que realmente nao tem direito a receber algo.... comparativamente a quem descontou uma vida toda mas...

isso tb sao assuntos para um outro post